Tecnologia obriga capacitação de mais de 16 milhões de trabalhadores até 2023;
A tecnologia crescente tem levado a mudanças no perfil do trabalhador. Cerca de 10,5 milhões de profissionais precisam passar por cursos de reciclagem ou aperfeiçoamento, tanto para dar conta da modernização dos postos existentes como para repor vagas de trabalhadores que se aposentarão ou se desligarão dos serviços, nos próximos quatro anos. A conclusão é do Mapa do Trabalho Industrial 2019–2023, lançado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O relatório detectou potencial de criação de 33.453 vagas relacionadas às mudanças tecnológicas, apenas no setor da indústria. Em números absolutos, as maiores gerações de emprego ocorrerão nas ocupações de instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados (14.367), operadores de máquinas de usinagem (5.356) e técnicos mecânicos na manutenção de máquinas, sistemas e instrumentos (3.560). Essas funções exigem nível técnico ou qualificação de mais de 200 horas.
O professor Frederico Divino Dias, que é doutorando em Sistema da Informação, diz que não há profissão nos dias atuais que sobreviva sem a tecnologia. “A tecnologia deve começar na base, no ensino fundamental, para que as pessoas comecem desde cedo a lidar com a nova linguagem e com a automação”, afirma.
Em relação à necessidade total de capacitação de trabalhadores (empregados atuais e novos), o Senai constatou que as funções transversais, que permitem ao profissional trabalhar em indústrias de qualquer área, exigirão a maior demanda de formação profissional. Dos 10,5 milhões de trabalhadores que precisam ser qualificados, 1,7 milhão atuam nessa categoria, que abrange profissionais de pesquisa e desenvolvimento, técnicos de controle da produção e desenhistas industriais, entre outras carreiras.
As demais ocupações que demandarão formação profissional nos próximos anos são metalmecânica (1,6 milhão), construção (1,3 milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentos (754 mil), informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil) e energia e telecomunicações (359 mil). Embora essas funções se caracterizem por conhecimentos de base industrial, esses trabalhadores podem atuar tanto na indústria quanto em outros setores.
Apenas nos empregos de nível superior, as áreas que mais precisarão de profissionais qualificados até 2023 são informática (368 mil), gestão (254,8 mil), construção (81 mil), metalmecânica (56,4 mil) e produção (40,3 mil). No nível técnico, as demandas se concentram nos segmentos de logística e transporte (495,2 mil), metalmecânica (217,7 mil), energia e telecomunicações (181,4 mil), eletroeletrônica (160,4 mil), informática (160 mil) e construção (120,9 mil).
Fonte: Agência Brasil