Princípios ESG no setor da construção civil

Ações que visam ao comprometimento ambiental, econômico e social devem ser objetivos de empresas responsáveis com a sustentabilidade. É exatamente nessa direção que se aplicam os princípios do ESG – do inglês environmental, social and corporate governance que, traduzido, refere-se às questões ambientais, sociais e de governança.

Atualmente, o mercado está focado em organizações que são sustentáveis e socialmente responsáveis. O mundo procura criar um padrão de acordo com as métricas ESG, o que é importante para a evolução da cadeia construtiva. Dentre as vantagens dos princípios ESG, podemos listar o fortalecimento da marca corporativa, boas referências para a indústria e a sociedade, retenção e satisfação de colaboradores, mais investimentos e aumento de receita com redução de custos.

O setor da construção e o ESG

Segundo o fundador da Método Potencial Engenharia, Hugo Rosa, o setor da construção tem a obrigação de trabalhar com os princípios ESG. “40% de todos os recursos extraídos da natureza são destinados ao setor construtivo”, afirmou Rosa. Fazendo uma análise do ponto de vista social, disse que o Brasil teve um dramático êxodo rural. “Nós lidamos mal com isso. Temos que melhorar as condições dessas pessoas nas cidades (em sua maioria locadas em periferias) e também a questão ambiental, pois a imagem  da construção civil perante a sociedade é ruim”, explicou.

O setor da construção tem impacto significativo em diversos critérios ambientais, mas também é fundamental para o desenvolvimento do país por sua característica empregatícia, defende Rafael Tello,  diretor da WATU Sustentabilidade, articulando sobre empresas que trabalham com ESG e o quanto melhoram a imagem perante investidores. “Além de ajudar na economia, contribuímos com boas margens e a produtividade do trabalhador”, ressaltou.

De acordo com o CEO da Integral BREI, Vitor Bidetti, a visão do investidor internacional está direcionada aos fundos ESG e isso foi acelerado pela pandemia. “O investimento ESG passará a ser quase que mandatório já que existem estudos que mostram os custos de captação e emissões das empresas sendo menores”, argumentou, acrescentando que isso traz uma agenda produtiva e irreversível aos futuros investimentos no Brasil.

Nos últimos 10 anos, a sustentabilidade entrou na pauta das empresas de modo mais contundente, mas agora vivemos um momento de transição, entende a sócia da Diagonal, Katia Mello. “A construção civil, com todo o processo que viveu, está se reencontrando e é absolutamente imprescindível não tratarmos dos impactos ambientais, sociais e de governança”, destacou. A convidada explica que a nova geração de compradores possui propósitos definidos e consomem marcas que pensam em sustentabilidade na sociedade. “Empresas que tenham dificuldade para se reinventar à nova realidade, irão sofrer”, reforçou.

Os princípios ESG mudam a visão de investidores e apresentam oportunidades significativas ao mercado brasileiro da construção civil. São tendências globais aceleradas pela pandemia que apresentam soluções potenciais ao ambiente e a sociedade.

Fonte: portal EnRedes, por Pedro Costa

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